Só

Acordou com uma dose de não quero, mandou o despertador para aquele lugar, fez uma careta para si mesmo ao espelho do banheiro hábito originado na sua infância, talvez a primeira e única expressão de bom humor diária e urinou em amarelo. Assim inicia Só, a história de José, um amargurado professor de universidade que tenta encontrar uma nova forma de encarar o dia a dia ao ressignificar as mazelas da vida. Fingindo estar em um seriado de comédia, nosso personagem altera mentalmente os eventos do dia para encontrar alívio e reduzir suas porcentagens de irritabilidade diárias. Quase sempre extrapolando os 100% de irritação anotados em seu diário miserável, José passa a buscar em seu amigo, César, e na terapia (mais uma fonte de raiva do que de conforto), formas de superar um passado marcado pela falta de amor de seu pai e pela desilusão amorosa que teve com sua primeira namorada, Violeta. Doses de bom humor, sarcasmo e bastante mau humor marcam esta obra, a primeira do autor.