Pedro e Ana são apaixonados universitários no final dos anos setenta, quando ainda vigora um regime de exceção. O pai de Ana é um combativo intelectual, participando ativamente dos destinos do país, o que faz com que Ana se torne um alvo em potencial. Ela é presa, pois desejam atingir o pai. Pedro peregrina em busca de notícias suas desesperadamente. Por outro lado, mas não paradoxalmente, Elizabeth e George formam um casal improvável. Ela, uma intelectual brilhante, casada com um poderoso empresário de comportamentos questionáveis, professora de Literatura Inglesa, e ele dando os primeiros passos no mundo acadêmico. Esses dois casais se cruzam, particularmente Elizabeth e Ana. Entre idas e vindas, descobertas de pessoas que sofrem perseguição e que também se colocam à frente na luta pela liberdade, esses casais têm suas vidas cruzadas pela epifania de Elizabeth, pelo desespero de Pedro e, enfim, pela libertação de Ana, após a morte do pai. No encontro a seguir, Pedro percebe o improvável: Ana perdeu muitas de suas lembranças em razão da tortura que sofre. Pedro vai à luta, escreve a história que transita entre denúncias e sensibilidade pelo desejo de Ana ocultar-se no silêncio. As luzes se apagam, todos seguem suas vidas, mas ficam na lembrança esses peregrinos que não são indiferentes à existência, pois os melhores anos são aqueles das incertezas.