“Todo poeta é um lançador e cada vez que uma poesia alcança um leitor, uma garrafa é encontrada.” Certa vez li um texto de Fernando Pessoa — Livro do Desassossego — em que seu semi-heterônimo Bernardo Soares imagina que suas poesias são lançadas da janela de seu apartamento e o vento se encarrega de levá-las aos leitores. O título do meu livro é baseado nessa ideia, mas, ao invés do vento, o dissipador de minhas poesias é o mar de dados que hoje navegamos. Sou mais um lançador de garrafas contendo minhas poesias, em alguns pedidos de socorro; em outros, apenas relatos das tempestades e calmarias enfrentadas por este poeta. Nesta edição, são lançadas 107 garrafas ao mar da literatura mundial. Espero que cada leitor encontre, ao menos, uma delas para contigo falar ou, simplesmente, contemplar. “Neste mar o meu remar às vezes é rimar.”