Solário

Com apenas 20 anos, Sueli, moradora da Maré e cursando Ciências Econômicas com bolsa integral na PUC-Rio, precisará enfrentar a inescapável realidade de sua condição social quando sua avó morre e deixa como legado uns trocados na poupança, uma neta mais nova e dois bisnetos, com um terceiro a caminho. Em um romance intenso e cheio de reviravoltas, Sueli irá se submeter a trabalhos, que considera degradantes, a fim de poder se manter na faculdade enquanto sustenta uma família que não escolheu para si. Quando esses trabalhos degradantes a levarem a uma cobertura magnífica, de uma das famílias mais ricas do Brasil, ela descobrirá o emprego de seus sonhos: governanta de uma poderosíssima família, com um salário de encher os olhos, que, em recompensa pelo trabalho pesado, costuma viajar com os patrões para os destinos mais exuberantes do mundo. Planejando ter o emprego para si, Sueli não medirá esforços em impressionar os futuros patrões, mesmo sabendo que isso custará o emprego da atual governanta, em uma cidade assolada com quase dois milhões de desempregados. Além disso, ainda que não venha a saber até que os seus planos deem certo, o emprego carregará uma maldição. E ela será muito mais assustadora do que os meros fantasmas dos que se suicidaram no terceiro andar. Solário não é uma história de terror, embora se passe em uma cidade aterradora, em uma época de constantes assombros. Solário é apenas uma consequência espantosamente escandalosa da crise econômica que nos assola.