Júpiter e a Orquestra de Grilos é o primeiro livro da autora Alice Perácio. Como na velocidade de um pulo, Alice começou a escrever sobre o que se passava durante uma madrugada aparentemente parada em Curvelo, interior de Minas Gerais, e acabou se dando conta de que há sempre muitas canções soando por aí. Parecia não haver mais expectativas para aquele momento além dos sonhos de quem se dirige ao sono, mas Alice foi surpreendida: Júpiter, grilos, hibiscos, quero-queros, Maria Amália e o trem: cantantes parentes distantes. Os aspectos visuais e musicais das palavras ocupam cada página e até as letras parecem ter personalidade. Há uma intensa relação da autora com as insignificâncias e escalas da natureza: questões de perspectivas. São frequentes as suas inquietações internas e incessantes as perguntas há um quê de seu olhar sonhador da infância, que permanece. Sobre um pedaço qualquer de papel, seus versos, ainda sem intenção de livro, emergiram fluidos e em ritmo acelerado, tal qual a voz mental; é a ordem e a desordem das coisas do mundo. Estas páginas, após quase dois anos em isolamento, agora andam soltas: as palavras aqui dançam, e se embaralham, e dão vida a tudo o que se possa, ou não, imaginar.