Histórias que um pessimista contaria a seus netos se tivesse decidido ter filhos

O homem é miserável, pois nada o satisfaz. Ainda que não possa alcançar a verdade e o bem, não deixa de desejá-los. Por ser vão, preenche-se com qualquer coisa, para logo em seguida ver-se ávido por outras. A oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir, faz de toda alegria provisória e com que todo prazer venha acompanhado de alguma dor. Diversos pensadores se dedicaram à causa do desamparo do homem no mundo. Baseadas nessas reflexões, as histórias contidas neste livro revelam-se breves tragédias urbanas. Tragédias cujos heróis deixam de ser seres míticos para assumirem as vestes de homens e mulheres comuns. Indivíduos que, como você e eu, buscam feriados prolongados no calendário do ano seguinte, sem pensarem na fragilidade da vida. Mais uma vez o Renato espanta e assusta, talvez por ser um tipo iluminista das sombras do mundo pop reacionário, talvez por ser o primeiro filósofo que deveria ser levado a sério no meio atual literário. – Juliana Frank