Em Abismos navegáveis, a autora nos conduz pela metamorfose de nossos próprios abismos, com a generosidade de quem se entrega e revela através da escrita. Sobre os estilhaços deixados pela expansão explosiva para dentro de si, desencadeada pela lacuna cometida pelo Outro, Livia constrói a despedida do afeto colonizado travestido de controle e transmuta luto em permanência e cura para si mesma. É nesse navegar de mares abissais que Livia encontra seu céu espelhado e imenso, pronto para ser contemplado em uma manhã de domingo ao som de Cazuza, transformando o tédio em melodia.