A pandemia da COVID-19 foi a maior surpresa que a humanidade poderia ter neste século XXI. Talvez continue sendo até o final do século. Nossa vida foi virada ao avesso! Ficamos em verdadeira prisão domiciliar! Os que foram infectados pelo vírus ficaram em situação pior, aprisionados em um quarto, recebendo da família seu almoço por baixo da porta, como se numa masmorra. Foi também um tempo de observação da vida, de reflexão, a constatação de como a humanidade precisa aprender a pensar. Se não por solidariedade, nem que seja para defender unicamente a própria vida e da família! Foi um tempo de perder amigos, parentes, vizinhos. Foi um tempo de ficar pensando nos negacionistas e ficar abismado com tanta ignorância! 2020: o ano que não foi é um retrato dessa época. A observação, a reflexão e a escritura, muitas vezes debochada, desse tempo único da humanidade. Mas não é só! Mesmo com pandemia, a vida continuou. E ela aparece aqui, no choro da mãe de Ravel, no supermercado, no consultório médico, na filha que perde a mãe para o câncer, no menino-anjo apaixonado, no galã de Hollywood, na escola, na política e no futebol. No ciúme de Sônia; na igreja e nos museus mas longe das redes sociais; e nos conselhos de Jesus Cristo. É a vida em seus percalços, mas é a vida em sua misteriosa alegria e graça, a vida em abundância.