Este livro é para o perdido e deslocado, para aquele esvaziado e esquecido do próprio caminho. É para aquele em fase confusa, na desordem precedente de um encontro e de uma nova trilha. Caído de um muro e perdido no deserto, Neve precisou encontrar um rumo. Atim, dono do Teatro da Discórdia, contou que Neve buscou participar de seu teatro, mas não tinha qualquer competência para a arte ou para o roubo e, assim, não teve nenhuma utilidade. Gustav, amigo de Atim, contou a história deste menino traiçoeiro, que se apaixonou pela filha do dono do teatro e o traiu de diferentes formas, mantendo-o em uma cela fria e rachada. Por fim, Nair contou sobre um menino que encontrou perdido no caminho e que, apesar de chato e confuso, brigou e resmungou o suficiente para sobreviver ao deserto. As histórias, em paralelo, abrem, misturam e fecham diversos sonhos contraditórios que nos contam deste Neve, que é incapaz de narrar a própria história.